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Diretor do Hospital da Mulher de S.Bernardo é demitido em meio à crise

Prefeitura cria comitê técnico para investigar possíveis casos de negligência divulgados pelo Diário

Thainá Lana
18/04/2024 | 13:12
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André Henriques/DGABC


Reportagem atualizada às 19h30

Após série de denúncias de negligência contra gestantes no Hospital da Mulher de São Bernardo, divulgadas pelo Diário, a Prefeitura demitiu ontem o diretor técnico da unidade, Rodolfo Strufaldi. Uma cena que virou rotina no mandato de Orlando Morando (PSDB), pois, em 2019 o gestor foi exonerado ao vivo durante reportagem do jornal Bom Dia São Paulo, da TV Globo, que exibia espera de mais de quatro horas na UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Ipê.

Em entrevista à emissora, depois de duas denúncias serem divulgadas, o diretor disse que os casos eram comuns na unidade. Questionada por diversas vezes sobre as ocorrências e a respeito da demissão do gestor, o Paço são-bernardense não retornou ao Diário. Em nota enviada ontem à TV Globo, a Prefeitura informou que, além da demissão, foi criado um comitê técnico, com profissionais de fora do Hospital da Mulher, para investigar os casos divulgados durante a semana.

A comissão será liderada pela médica Mônica Carneiro, atual diretora do Hospital do Câncer de São Bernardo Padre Anchieta. A demissão do diretor foi a primeira decisão do comitê, que anunciou ainda a intenção de ampliar os protocolos de segurança dos pacientes.

Em menos de um ano de operação – a unidade foi inaugurada em julho de 2023, o Hospital da Mulher de São Bernardo já registrou ao menos quatro denúncias de negligência. O primeiro caso foi divulgado no domingo (14) pelo Diário, a respeito de uma compressa deixada por 19 dias no interior do corpo da jovem Raissa Falosi Santos, 20 anos. (Clique aqui para ler mais)

O material foi utilizado para conter o sangramento durante procedimentos de parto e de colocação de DIU (Dispositivo Intrauterino) em março. A médica responsável pelas intervenções de Raissa foi demitida, conforme informou.

O segundo episódio também ocorreu no mês passado, quando a paciente Deisy Coimbra, 29, desmaiou após ter recebido duas doses de anestesia e foi levada à UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ela passou por cesárea de emergência e morreu no dia 22 de março, uma semana após dar à luz a sua primeira filha – a bebê segue internada no hospital. (Veja mais)

Outro caso ocorreu em julho do ano passado, no mês que o Hospital da Mulher de São Bernardo foi inaugurado. Priscila Tabata Benedito, 35, deu à luz a um bebê natimorto. A auxiliar de dentista alega demora para realização do parto, após dar entrada na unidade por duas vezes com fortes dores e ser liberada pela equipe médica. Uma cesárea emergencial foi realizada depois que novos profissionais assumiram o plantão. (Clique aqui para ler mais)

Os casos de Raissa, Deisy e de Priscila estão sob investigação da Polícia Civil de São Bernardo. As pacientes e testemunhas prestaram depoimento nesta semana, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).




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