Política Titulo Após o pleito
PSB prestaria contas de jatinho no fim da eleição

Com a morte do presidenciável Eduardo Campos se descobriu que a legenda não declarou uso à Justiça Eleitoral; sigla alega que apenas ao término da campanha ficaria conhecida a soma das horas voadas

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
27/08/2014 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


O mandatário nacional do PSB, Roberto Amaral, alegou ontem que a campanha presidencial socialista, hoje encabeçada pela ex-senadora Marina Silva, prestaria contas apenas no fim do processo eleitoral sobre a utilização do jatinho que caiu em Santos e vitimou o presidenciável Eduardo Campos, dia 13. Com a morte do então candidato se descobriu que a legenda não havia declarado o uso da aeronave, de prefixo PR-AFA, e consequentemente os seus gastos à Justiça Eleitoral.

O partido afirmou que, nos termos facultados pela legislação eleitoral, e considerando “o pressuposto óbvio” que a sua utilização teria continuidade até o término da corrida pelo voto, pretendia-se fazer a contabilidade ao encerramento da empreitada. Segundo a justificativa, decorrido esse período haveria disponível os reais valores de todas as viagens durante a campanha. “Ao término, (ficaria) conhecida a soma das horas voadas e seria emitido o recibo eleitoral, total e final.”

O jato pertence oficialmente à AF Andrade, mas a empresa informou à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que vendeu a aeronave para dois empresários de Pernambuco, Estado governado em duas oportunidade por Eduardo Campos.

A venda, contudo, só foi informada ao órgão de controle após o acidente aéreo, em Santos. Na nota, o PSB ressaltou que a aeronave “teve seu uso – de conhecimento público – autorizado pelos empresários” João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho e Apolo Santana Vieira.

Com eventuais irregularidades na prestação de contas do PSB, havia suspeitas de que a PF (Polícia Federal) verificava possível caixa dois na campanha. Por outro lado, o órgão informou ontem que o inquérito instaurado no dia 13, data da tragédia, tem como objetivo apurar as causas do acidente da aeronave e que as “investigações sobre crimes eleitorais só podem ser iniciadas após requisição ou autorização da Justiça Eleitoral”.

A nota da PF foi divulgada depois que o vice de Marina, Beto Albuquerque (PSB), criticou a postura da instituição ao falar publicamente do caso, mesmo antes de ter dados aprofundados sobre a averiguação. A tragédia, com a morte inclusive de assessores, segundo a legenda socialista, impôs “alterações tanto na direção partidária quanto na estrutura e comando da campanha”, colocando “dificuldades no levantamento de todas as informações devidas aos militantes e à sociedade.”

Segundo a direção nacional do PSB, documentação que apresentava informações da aeronave utilizada por Eduardo Campos estava no avião e foi destruída com a queda. 




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