Política Titulo Cota
Câmara debate valor do vale-combustível

Presidência estuda diminuir cota de R$ 1.100, mas encontra resistência de vereadores em Diadema

Por Júnior Carvalho
Especial para o Diário
22/07/2014 | 07:07
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Nario Barbosa/DGABC


A Câmara de Diadema estuda reduzir o vale-gasolina, disponibilizado aos 21 vereadores para abastecer os veículos oficiais. Depois de o Diário mostrar com exclusividade que não há fiscalização sobre o consumo de combustível por parte dos gabinetes, o presidente da Casa, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), montou comissão para rever a cota, fixada em R$ 1.100 por mês, e regulamentar o uso da frota.

A intenção do petista é de criar mecanismo legal que dê condições de impedir que o limite seja utilizado de forma desmedida. Atualmente, o valor é disponibilizado por meio de cartão destinado para o abastecimento exclusivo do carro oficial (cada vereador dispõe de um Gol 1.6). O gasto dessa cota, porém, não é monitorado, o que não impede que os créditos sejam utilizados nos veículos particulares.

“Se algum vereador não obedece às regras de abastecimento é ilegal, é fraude. Se algum motorista estiver cometendo irregularidade é porque tem a conivência do posto”, sugeriu Maninho, que evitou confirmar os casos de abuso do vale-combustível. O petista tem sido pressionado para não expor os valores à imprensa.

Entre os vereadores que seriam contrários à redução da cota está Reinaldo Meira (PR), Vaguinho do Conselho, Célio Boi (ambos do PSB) e Josa Queiroz (PT). Na tímida lista dos defensores da diminuição figuram Luiz Paulo (PR), Ricardo Yoshio e pastor João Gomes (ambos do PRB).
A planilha detalhada de gastos com gasolina não é divulgada no Portal da Transparência do Legislativo. Nem a Secretaria de Finanças do Legislativo disponibilizou os números solicitados pelo Diário. Maninho, porém, tem em mãos relatório de exageros cometidos pelos colegas da Casa.
Há relatos de que o carro oficial é usado para levar munícipes a hospitais (o que é proibido por lei), transportar parlamentares a eventos eleitorais e até para compras em shopping e supermercados.
Os registros também denunciam casos em que o cartão foi utilizado pelo menos seis vezes num mesmo dia. Os parlamentares, entretanto, negam ter abastecido outro veículo.

A cota mensal de R$1.100 permite ao vereador abastecer o equivalente a 4.100 quilômetros. Em cálculo hipotético, o valor é suficiente para ir até a Venezuela, que fica a 3.992 quilômetros de Diadema. A mesma quantia possibilita, com folga, que o parlamentar se desloque até Fortaleza, no Ceará (2.385 quilômetros) ou faça 1.131 corridas com destino à Avenida Brasília, na região Norte do município.

Petista não crê que eleição irá afetar a produtividade

O presidente da Câmara de Diadema, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), afirmou que não acredita que a eleição de outubro afetará a produtividade dos parlamentares após o recesso. Em entrevista coletiva realizada ontem, o petista apresentou os resultados dos trabalhos no primeiro semestre.

“Eu quero crer que não. O vereador que fizer campanha, e eu também vou fazer, continuará recebendo salário. Portanto, não podemos parar (os trabalhos) por interesses individuais de um partido ou de um vereador. Acho que tem de haver a capacidade de superação para fazer as duas coisas”, analisou o parlamentar, que estará no palanque do ex-diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e candidato a deputado estadual Teonílio Monteiro da Costa, o Barba (PT), e do deputado federal Francisco Chagas (PT), que disputará a reeleição.

Durante os seis primeiros meses, o Legislativo diademense aprovou 66 projetos. Desse total, 43 propostas foram apresentadas pelos parlamentares e 15 do prefeito Lauro Michels (PV).<TL> 




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