O encontro de dois Gilbertos, grandes da música, é motivo de brilho e de graça e do novo trabalho do cantor, violonista e compositor baiano Gilberto Gil. Ele mergulha no repertório de outro artista baiano, o cantor e violonista João Gilberto, em seu novo trabalho de estúdio, Gilbertos Samba (Sony Music, R$ 24,90 em média).

A sonoridade das cordas de violão remete muitas vezes a um dos mais conhecidos álbuns de Gil, Expresso 2222, lançado em 1972. Mas o resultado de Gilbertos Samba é atual, primoroso. Gil não se parece com João, veste as músicas de acordo com seu corpo e dá seus toques, tudo com frescor.

A obra, que conta com 12 temas e tem produção assinada por Bem Gil (filho de Gil), e Moreno (filho de Caetano Veloso), abre com a canção Aos Pés da Cruz, assinada por Marino Pinto e Zé da Zilda e gravada por João em seu disco de estreia, Chega de Saudade, de 1959.

Milagre, de Dorival Caymmi, e Desafinado, de Tom Jobim e Newton Mendonça, também ganham releitura. De própria autoria e regravada por João nos anos 1970, o disco conta com a faixa pré-Tropicália Eu Vim da Bahia. Como não bastasse todo esse samba de bom gosto, o disco contém ainda uma faixa inédita, Um Abraço No João.