Diarinho Titulo Diarinho
Alunos andreenses realizam atividade escolar com indígenas
Jaque Corrêa
Especial para o Diário
28/04/2024 | 08:05
Compartilhar notícia
FOTO: André Henriques/DGABC


“Nós não somos baixinhos, não temos olhos puxados e nem cabelo liso”, essa foi a frase que Raykar, um indígena da tribo Kariri-Xocó, usou para iniciar a apresentação para alunos de uma escola de Santo André. Ele e outros sete integrantes de sua aldeia mostraram um pouco da sua cultura para os estudantes.

Raykar é filho do cacique Kayrrá, um dos pioneiros dessa iniciativa de visitas às escolas, e foi quem conduziu as danças e a palestra sobre a realidade indígena para estudantes e professores do Colégio Stocco. 

De acordo com Raykar, a experiência é uma forma de levar o conhecimento sobre o Brasil e também de aprender com as crianças que moram na cidade. “A gente não só ensina, como também aprende com as crianças. Elas são pequenas, mas têm o poder de ser grandes professores, e ensinar como seres humanos”, afirma. 

Na palestra, que reuniu alunos da educação infantil, além do 1° e 2° anos, os indígenas fizeram demonstrações de danças tradicionais, falaram sobre a importância das mulheres na aldeia e seus valores. Ainda tiraram dúvidas sobre as pinturas corporais, como é feito um cocar, e ainda ensinaram algumas palavras do dialeto nativo. 

Os alunos Beatriz Nascimento, 7, e Francisco Paiva, 7, nunca tinham visto um indígena de perto. E, depois dessa vivência, ficaram animados com o que assistiram e com os objetos trazidos pelos Kariri-Xocó, “Eu nunca tinha visto um chocalho desses”, comentou Francisco, “E eu nunca vi um cocar tão grande igual o deles”, acrescentou Beatriz. As crianças ainda demonstram admiração pela cultura apresentada, “Achei muito legal a dança deles, e ainda tem um que assobia igual pássaro”, conclui Francisco. 

Os Kariri-Xocó são um povo conhecido pela cultura musical. Eles apresentaram as danças da Mãe Terra e da caça, que envolveu até professoras. A tribo de 5.000 habitantes fica localizada em Alagoas, perto do Rio São Francisco, e há 20 anos visitam escolas por todo o Brasil, com o objetivo de dar visibilidade às tradições e importância dos povos originários. “Eu costumo falar que o Brasil é uma grande aldeia, e se o Brasil é uma grande aldeia, todos nós temos sangue indígena, tudo começou com a gente. O Brasil, no caso o Pindorama, que é o nosso país, a nossa pátria, ele não tem família de 524 anos, ele tem muito mais”, conclui o indígena na palestra. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;