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Dengue mata primeiro jovem no Grande ABC em 2024

Óbito de andreense entre 15 e 19 anos é apenas o quinto no Estado para a faixa etária

Renan Soares
15/04/2024 | 16:23
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FOTO: Divulgação/Fotos Públicas)


O número de mortes pela dengue no Grande ABC atingiu a marca dos dois dígitos nesta segunda-feira (15). Segundo última atualização do Painel de Controle da Doença SES (Secretaria Estadual de Saúde), o número de óbitos na região subiu de sete, registrado na última semana, para 11. As quatro vítimas são de São Bernardo e Santo André, com duas em cada, sendo que a cidade andreense registrou a primeira morte do público jovem, de um homem entre 15 e 19 anos.

Com a confirmação nos dois municípios, o número de vítimas fatais no Grande ABC subiu para 11, sendo quatro em cada uma dessas cidades, duas em Diadema e uma em Mauá. Outras oito mortes estão sob investigação na região. O primeiro óbito por dengue nas sete cidades em 2024 ocorreu no dia 8 de fevereiro, em Mauá, e foi notificado quase um mês depois, em 4 de março. Até agora, a vítima mauaense, que tinha entre 35 e 49 anos, era a mais jovem a morrer pela doença, sendo maioria o público com mais de 50.

O óbito do jovem andreense é apenas o quinto no Estado de jovens entre 15 e 19 anos, e um entre os 12 registrados em crianças e adolescentes de 1 a 19 anos.

Segundo dados do painel de controle da doença da SES, a soma de casos de dengue no Grande ABC é de 11.144, distribuídos da seguinte forma: Mauá (3.632), Santo André (2.675), São Caetano (1.871), Diadema (1.464), São Bernardo (1.301), Ribeirão Pires (173) e Rio Grande da Serra (28). No Estado de São Paulo foram registrados 284 óbitos por dengue, sendo confirmados 589.384 casos.

Conforme explica o infectologista Evaldo Stanislau, os sintomas da dengue geralmente são febre, erupções na pele, dores fortes, além de sequelas são piores. Ele explica que não existe um tratamento específico para a doença, que muitas vezes é tratada com corticoides, que podem ter efeitos colaterais. O especialista ressalta a importância de prestar atenção aos sintomas e procurar um posto de saúde, e aponta os principais grupos de risco para a doença.

“Pessoas que já tiveram dengue anteriormente estão mais suscetíveis a ter formas mais graves, pois você parte de uma resposta imunológica que não é zero, é uma resposta exacerbada. Cerca de 5% dos casos podem evoluir para dengue com complicações. Gestantes, doentes crônicos, idosos e crianças menores de dois anos são mais propensos a formas mais complicadas por características imunológicas, pelas doenças crônicas e por isso já são naturalmente pacientes de maior preocupação”, avalia Stanislau.

Segundo o médico Michel Duailibi, formado em pesquisa clínica e educação médica, o Aedes aegypti está mais ativo para picar as pessoas durante o dia. Por isso, nesse período, é preciso redobrar a atenção, protegendo o corpo com roupa e, quando exposto, aplicar repelentes, especialmente nas áreas vulneráveis como pés, tornozelos e pernas. Além disso, medidas preventivas dentro de casa são fundamentais, como colocar areia nos vasos de plantas e evitar o acúmulo de água em recipientes como lixos, garrafas e pneus.

EMERGÊNCIA

No mês passado, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC havia decretado estado de emergência contra a dengue. Com o decreto, foi facilitado o acesso a verbas do Ministério da Saúde para combater a doença, além de intensificações nas ações já realizadas nas cidades. Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires aderiram à norma, já Rio Grande da Serra optou por aguardar devido à baixa incidência na cidade.

Com o decreto, as cidades podem implementar ações com maior agilidade e, também, receber recursos adicionais do governo federal. Foram intensificadas ações já existentes, como presença de agentes de endemia, um Dia D contra a doença (já ocorreram dois eventos) e aumento da conscientização da população.




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