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As incertezas seguem a todo vapor
Rodermil Pizzo
18/12/2023 | 14:12
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Ano após ano, notamos que os “intermediários” do turismo estão sofrendo a pressão da venda direta ao consumidor. Muitos hotéis, resorts, cias. aéreas, receptivos e locadoras de veículos estão ampliando, fortalecendo e estreitando sua comunicação com o cliente final. Por longas décadas os turistas necessitavam de intermediário para lograr suas férias e planejar passeios, passagens e hospedagens. O mais interessante, é que, mesmo pós internet e redes sociais, o turista seguia firme no uso dos intermediadores – é um dos segmentos mais resistentes à compra direta com o fornecedor. O consumidor já se sente confortável e confiante em comprar um sofá pela internet, mas não o fazia com uma viagem a Fortaleza.

Tangibilizar a compra parecia algo importante quando se trata de viagens. Semana passada passei por experimento interessante. Minha máquina de lavar e secar parou de funcionar, as roupas estavam dentro e eu não conseguia abrir a tampa para retirá-las. O primeiro impulso foi o de ligar para a empresa de manutenção e pedir orçamento e visita de um técnico. O custo e tempo da visita eram de R$ 300, valor considerável. Então, como bom curioso que sou, busquei no famoso Google a resposta para tal problema. Adivinhem? Lá estava vários vídeos que ensinavam alguns passos para a solução de problemas deste tipo específico. Em dez minutos assistindo às dicas, a máquina estava aberta, funcionando e resolvido o problema. As ferramentas disponíveis na rede resolvem e minimizam a intermediação, reduzindo custos e facilitando a vida de todos.

Voltando ao turismo, a líder em comunicação direta com o cliente são as cias. aéreas, que já vendem passagens direto ao consumidor em grande percentual. Na mesma fila, estão os resorts e cias. marítimas. Para os destinos mais complexos, principalmente os internacionais, existem milhões de vídeos ensinando como lograr o entendimento das culturas, vistos e vacinas exigidas. Ou seja, para que necessitaremos pagar a alguém que faça isso?

Agora é que veremos os grandes pensadores do turismo em atividade. Saberemos se os famosos CEOs são mesmo competentes para resolver este imbróglio ou se eram meramente figuras decorativas. A feira livre já mostra sinais de desgaste. A cada dia mais compramos frutas e legumes direto com fornecedor – e, notem, não moramos em zona rural. Sobreviver apenas como usurpador, pegando o dinheiro de um para repassar ao outro, com desconto de comissão? Isso não durará muito. Se a internet nos permite ser advogados de causa própria, automédicos e até técnicos em máquinas de lavar, imaginem a facilidade de ser agente de viagens?

Rodermil Pizzo é doutorando em Comunicação, mestre em Hospitalidade e colunista do Diário, da BandFMBrasil e do Diário Mineiro.




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