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As incertezas seguem a todo vapor
Rodermil Pizzo
15/11/2023 | 13:15
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Nas últimas semanas, uma notícia tem gerado polêmica e divergência entre os consumidores e empresários: o fechamento de alguns shopping centers tradicionais, assim como as notícias de queda abrupta entre os frequentadores destes espaços. Em Curitiba, por exemplo, um dos maiores e mais queridos centro de compras encerrou suas atividades e pegou a todos de surpresa.

Todavia, ressalta-se, a administração do shopping alega que o fechamento é por falta de público consumidor para manter sua operação. Do outro lado, os clientes alegam ser o local querido de frequência curitibana. Como pode um local ser tão querido pelo público, porém não ter o público? Isso tem uma explicação lógica!

Os brasileiros, de modo geral, são apaixonados pelos passeios nos corredores dos shoppings, devido à segurança, ao ar-condicionado, aos ambientes limpos, aos banheiros higiênicos, enfim, por tudo que atrai para uma visitação. Todavia, este mesmo público que frequenta os corredores não obrigatoriamente compra nestas lojas.

O Brasil tem acompanhado uma tendência mundial: a onda de consumo por internet. Mas sabemos que ainda temos as resistências de parte dos consumidores que temem as fraudes. Então, como conciliar o conforto e a segurança das lojas dos shoppings com os preços agressivos da internet? As vendas on-line sempre terão preços mais baixos dos que as das lojas físicas, uma vez que não pagam por todos os serviços que os shoppings oferecem aos seus clientes – listados acima.

Você pode comprar um sapato na internet, cujo vendedor está instalado em sua própria casa, ou seja, não tem aluguel, água, luz, encargos e demais custos de uma loja física. O interessante é que, no turismo, como já dito anteriormente, esta incógnita segue. De um lado, os clientes gostam de tangibilizar suas compras de férias, ou seja, querem a loja física. Porém, a loja física, para seguir aberta, não consegue praticar os preços ofertados pela internet.

Tenho notado um costume – e prática perigosa para as agências de viagens físicas. Os clientes sanam todas as dúvidas presencialmente com os agentes de viagens. Entendem tudo, o que acontece no destino e o produto escolhido. Resumindo, fazem um curso presencial, saem das lojas com orçamentos, normalmente impressos, o que também gera custo, e na hora de executar o pagamento, o fazem pela internet, por ser mais em conta.

Estamos em um grande imbróglio e, sinceramente, imprevisível. O que sabemos é que os shopping centers estão sofrendo uma especulação absurda das grandes incorporadoras para fecharem suas portas e cederem os terrenos para os arranha-céus. Também é sabido que o Brasil desenvolveu há alguns anos uma prática de abertura de centros comerciais, construindo um ao lado do outro, sem uma análise criteriosa de sustentação a longo prazo.

Canibalização é o nome que se dá a esta prática e que, agora, pagarão um preço caro, ou melhor, não pagarão. A conta ficará para quem acreditou.

Rodermil Pizzo é doutorando em Comunicação, mestre em Hospitalidade e colunista do Diário, da BandFMBrasil e do Diário Mineiro.




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