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Algo a ser inventado
Rodolfo de Souza
09/11/2023 | 11:42
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É inegável que o ser humano tenha realizado grandes feitos no tocante à evolução tecnológica, desde que descobriu a importância da energia elétrica e, sobretudo, como torná-la parte de sua vida.

Antes, quando perambulava pelo distante mundo dos seus primeiros tempos, deslocava-se daqui para ali a pé. Depois, no lombo de animais, em veículos rudimentares de tração animal, em barcos tocados pelo vento... As notícias de então corriam de boca em boca, e, posteriormente, por meio de mensagens escritas, tão logo se inventou a maravilhosa arte de transformar em símbolos gráficos tudo o que há para ser dito. E não demorou, a partir daí, para a imprensa dar seus primeiros passos rumo ao que temos hoje: um veículo repleto de recursos que lhe permitem saber dos fatos tão logo ocorram. Extraordinário mundo da informação em tempo real que coloca o povo a par dos acontecimentos do dia a dia sem deixar de lado uma única vírgula, mesmo que sua tendência em subverter as vírgulas tenha o intuito de aliciar o leitor e fazê-lo seguir o caminho determinado por uns poucos que detêm o domínio das comunicações.

Pronto, caí na armadilha do pensamento que não é capaz de conter seu inconformismo, embora eu não possa também me furtar da necessidade de comentar a respeito, tão grave é o tema.

Deixemos de lado, contudo, os sortilégios que tocam esse veículo para lembrar que a estrada de ferro foi um marco tecnológico que, assim como o telefone, proporcionou um salto no progresso do mundo, principalmente nos negócios, que moviam e ainda movem as engrenagens do desenvolvimento.

De fato a era tecnológica deitou por terra velhos conceitos a respeito de medicina, astronomia, meio ambiente, clima e o diabo. Aliás, a ciência, de um modo geral, teve notável avanço graças a novos instrumentos, drogas e descobertas variadas que facilitaram a vida de pesquisadores de um modo geral.

Claro que, de invento em invento, o homem aprimorou também o seu jeito de fazer guerras. Sim, porque nunca deixou de travar batalhas contra o semelhante. Diga-se de passagem, o dom para deitar a mão no que não lhe pertence ou ceifar a vida alheia parece que nasceu com ele. Fenômeno que a ciência, também criada pela brilhante inteligência que habita o encéfalo de alguns, talvez fizesse um grande favor às pessoas de bom senso se pudesse ocupar um pouco do seu tempo para desvendar.

E é fato que mísseis que passeiam pelos céus, desenhando lindos traços no firmamento e que chegam à casa do suposto inimigo com precisão espantosa, deixam as guerras ainda mais assustadoras.

Mas o ser humano, inventor de mão cheia, esqueceu-se de inventar um modo de não morrer pelo efeito dessas armas, uma vez que as coisas mudam, e a vítima de hoje pode ser o algoz de amanhã.

A genialidade humana também não se ocupou em pensar num jeito de não exaurir os recursos do planeta, sua única morada. Também não inventou um meio de tornar igualitárias as sociedades, de se acabar com a fome e com a estupidez crônica, aquela que, para dar cabo da vida do outro, só precisa que haja um conflito de opiniões.

O gênio humano não pensou sequer em inventar a própria evolução. Pena!




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