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Educação, mercado de trabalho e pandemia
Rogério Lopes e alunos
19/02/2023 | 10:00
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Em nota técnica na 24ª Carta de Conjuntura da USCS tratamos brevemente dos impactos da pandemia na educação e no mercado de trabalho. A íntegra da nota técnica pode ser lida em https://www.uscs.edu.br/noticias/cartasconjuscs. Aqui uma síntese do material. A educação é um princípio primordial de todos os brasileiros. É incumbência do Estado proporcionar um estudo de qualidade aos cidadãos e que auxilie os jovens, principalmente aqueles que estão a se formar, com o mercado de trabalho. Infelizmente, a promoção automática traz consigo uma excelente elaboração de forma teórica, mas quando se tenta colocar em prática, os resultados esperados acabam sendo divergentes, isto se dá, devido à carência que as escolas possuem em relação ao ensino desenvolvido e aplicado.

Os jovens entram em um sistema educacional falho e tendem a ser prejudicados em escalas altas por serem promovidos de ano sem o conhecimento básico de interpretação de texto e o não domínio de quatro operações em base da aritmética, inclusive, através da pesquisa realizada pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos da UNESCO, no ano de 2001, é obtida a seguinte conclusão “colocou o Brasil em último lugar no domínio dos rudimentos da linguagem”, é comprobatório o ensino precário que o país oferta aos estudantes, principalmente os que dependem do ensino público.

O índice de jovens que concluíram os estudos e possuem dificuldades de iniciar em seu primeiro emprego é muito elevado, o nível de qualidade que os empregadores estão exigindo faz com que os egressos do ensino fundamental não tenham chances, pois como já informado, os jovens estão se formando sem os conhecimentos básicos mesmo sendo promovidos de ano, o que lhes impossibilita de competir neste novo mercado tão exigente. O ensino médio é o reflexo do ensino fundamental, os problemas se iniciam a partir do momento em que o aluno é promovido ao ensino fundamental e permanecem sendo alastrado até o último ano de sua escolaridade, porém, ao finalizar, o jovem se depara com um desafio: o mercado de trabalho. Um mundo novo, uma fase completamente diferente da acostumada, sem possuir conhecimento básico sobre a carreira empregatícia. Níveis mais altos de escolarização são exigidos, o diploma tornou-se um papel que os jovens conquistam após os estudos, é necessário especializações e que haja adequação do currículo ao mundo.

Mas, sem os conhecimentos necessários, o que já era difícil se torna bastante complicado, prejudicando os recém-formados que nunca haviam tido contato com este mercado, e possivelmente, sem instruções eficientes. A qualidade do ensino médio público decaiu durante a pandemia, algumas escolas tiveram que ser fechadas durante o caos que estávamos vivenciando, além de que, muitas não detinham de infraestrutura para aplicação de aulas online e os alunos sem acesso à internet, por uma análise realizada através da Pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus, em 2020, “quase 30% dos jovens que estudam já pensaram em abandonar a escola durante a pandemia”.

Os mais afetados, principalmente após o coronavírus, são os jovens recém-formados que encontram diversas dificuldades para ingressar no mercado de trabalho, a ausência de auxílio durante a escola prejudica os jovens que nunca enfrentaram este novo mundo, sem parâmetros por onde e como iniciar em seu primeiro emprego, correlacionando em uma taxa de aumento no nível de desemprego. Há uma defasagem na aprendizagem dos jovens, contudo, os estudantes da rede pública saem mais prejudicados devido à ausência de recursos não fornecidas pelo Estado da maneira que deveria. A escola é o local que crianças e, principalmente, os jovens buscam conhecimento e respostas para demasiados assuntos, portanto, é necessário que haja membros qualificados que compartilhem e auxiliem os adolescentes visando o futuro social e empregatício.

O ponto inicial de uma nova fase da vida de milhares de jovens é sua formação no ensino médio, após a saída do ambiente escolar, os jovens devem sair qualificados para enfrentarem o mercado de trabalho sem barreiras que deveriam ser descontinuadas com um ensino de qualidade e não pífio, como ofertado pelas instituições. O ensino decorria de demasiados pontos negativos antes da pandemia, contudo, a paralisação de investimentos e acessibilidade digital dos alunos do ensino médio durante a pandemia transformou o ensino em uma barreira devido às adversidades encontradas e enfrentadas durante este tempo. A pandemia evidenciou a desigualdade social entre os estudantes e a necessidade que as escolas tiveram de se adaptarem a uma nova realidade sem equipamentos adequados e condições favoráveis dos professores na aplicação de aulas.

Esta coluna foi escrita por Rogério Lopes, Professor da USCS, e pelos alunos Enzo Furlaneto Prudencio, Erick Carvalheiro de Barros, Gabriella Barbosa, Vinicius Nascimento de Almeida. 




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