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Destinos turísticos inteligentes
Daniela Ferreira Flores Longato
25/11/2022 | 11:29
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Em nota técnica na 3ª Carta de Conjuntura da USCS, tratei da parceria que vem sendo construída entre a USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) e instituições da Espanha, em particular com a cidade de Benidorm, que faz parte da Comunidade Valenciana, em torno de políticas e práticas relacionadas aos "Destinos Inteligentes". A nota técnica pode ser lida na íntegra em htps:/ww.uscs.edu.br/noticias/cartasconjuscs.

DTI (Destino Turístico Inteligente) é um destino inovador que possui uma infraestrutura tecnológica, mas que garante o desenvolvimento sustentável do território, é acessível e facilita a interação entre visitante e o meio e melhora a qualidade de vida do residente e a experiência do turista.

Este conceito se desenvolveu na Espanha a partir de 2012 e é criado a partir de uma provocação que a Organização Mundial do Turismo faz em 2009 sobre promoção de viagem de baixo carbono. Após esta provocação, a Espanha cria o modelo de DTI com cinco eixos: governança, sustentabilidade, inovação, acessibilidade e tecnologia e implanta entre 2012 e 2015 em alguns destinos para que seja testado o modelo.

O modelo traz para o destino benefícios tais como: aumento da competitividade, pois usa da melhor forma os recursos turísticos; melhora a eficiência dos processos de produção e comercialização; impulsiona o desenvolvimento sustentável do destino, seja o social, ambiental e econômico; melhora a qualidade de vida do residente; melhora a qualidade da experiência do turista e melhora a estratégia turística para que haja uma revitalização econômica do território, e assim seus efeitos positivos poderão ser sentidos a longo prazo.

O modelo de DTI espanhol se consolida tanto nestes últimos 10 anos que inspirou os modelos aplicados na América Latina, inclusive o brasileiro. Apesar de sofrer adaptações para a realidade dos países latino-americanos, a fonte inspiradora da Espanha está presente em todos os novos modelos desenvolvidos.

No Brasil, DTI é "um destino turístico que gerencia seus processos e seu território, de forma inovadora e sustentável, comprometido com pilares que impactam positivamente a qualidade de vida dos moradores e a experiência dos turistas".

Nosso modelo, da mesma forma que o modelo espanhol, tem como eixos governança, inovação, tecnologia, acessibilidade, sustentabilidade. Entretanto, acrescentamos ou desmembramos mais outros quatro eixos: segurança, promoção e marketing, mobilidade e transporte e criatividade. Esse modelo prevê maior competitividade para o destino, melhor eficácia de processos, promoção do desenvolvimento sustentável, melhor qualidade de vida dos residentes, melhora estada dos visitantes e uma nova estratégia turística na base da dinamização econômica do território.

A metodologia aplicada no Brasil foi lançada no início do mês de setembro para todo o Brasil e mundo. Abrindo portas para que pessoas físicas e jurídicas pudessem lançar seus projetos com os destinos turísticos e oferecessem produtos. E na Espanha esse espaço de oportunidade já está aberto há um tempo.

Algumas ações iniciais estão sendo planejadas nesta parceria: a) Realizar, de modo conjunto, cursos de extensão e lato sensu na área do turismo, especialmente relacionados aos Destinos Turísticos Inteligentes; b) Estudar, em parceria com o hub USCS-Biosphere, a participação de startups brasileiras e espanholas em projetos e editais conjuntos de soluções para destinos turísticos inteligentes; c) lançar, por meio do Observatório Conjuscs, Carta Temática internacional focada no tema dos Destinos Turísticos Inteligentes, aberta a brasileiros, espanhóis e de outras nacionalidades; d) Colaborar para o desenvolvimento do Living Lab de Benidorm a partir do Hub USCS-Biosphere; e) Incentivar a participação em concursos e editais de oportunidades em desenvolvimento de produtos para Destinos Turísticos Inteligentes no Brasil e na Espanha.

Oportunidades, tanto no Brasil quanto na Espanha, existem para que se possa desenvolver projetos em conjunto, como por exemplo, a consultoria e produtos turísticos em ambos os países. A possibilidade de desenvolver atividades no Brasil e na Espanha sobre o tema Destinos Turísticos Inteligentes, visto que este tema tem gerado muitas oportunidades nos dois países, tanto em termos de projetos quanto em ensino.

O conteúdo desta coluna foi elaborado pela Daniela Ferreira Flores Longato, professora e doutoranda da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). Especialista em Hotelaria e Graduada em Arquitetura e em Administração.




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