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Economia solidária no Grande ABC
Alessandra Santos Rosa
15/07/2022 | 10:58
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Na 22ª Carta de Conjuntura da USCS, a Universidade
Municipal de São Caetano, publiquei nota técnica tratando da Economia Solidária e as perspectivas no Grande ABC. A íntegra da nota está disponível em htps:/ww.uscs.edu. br/noticias/cartasconjuscs. Aqui uma síntese da nota.

Atualmente, no Grande ABC, algumas ações de âmbito regional estão corroborando para a continuidade da economia solidária e os respectivos projetos que foram sendo construídos no decorrer dos anos.

Um deles é o Fórum Regional de Economia Solidária do ABC, criado em 2001 por empreendimentos de economia solidária, cooperativas entre outros. Além de manterem um espaço público de diálogo e articulação para o movimento, o Fórum auxilia os participantes dos empreendimentos, realizam debates para buscarem o encaminhamento de políticas públicas de fortalecimento, além de manterem uma feira virtual de venda de produtos e a divulgação da revista ECOSOL.

Ainda no âmbito de grupos organizados da sociedade civil, podemos mencionar as redes de economia solidária, que se organizam dentro dos seus segmentos, entre elas podemos destacar: Associação Padre Léo Comisari em São Caetano; o coletivo de afroempreendedorismo de Diadema; Rede de Artesanato de São Bernardo; a Rede Conecta, entre outros. Importante ressaltar que uma das representatividades mais importantes do movimento: a Unisol Brasil (Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários) nasce em 2000 no Grande ABC no auge da estruturação de novas cooperativas, como a Uniforja mencionada anteriormente.

No quesito políticas públicas vale destacar ações importantes como: a incubadora pública de Economia Solidária de Santo André, que recentemente está capacitando e orientando 23 empreendimentos; SBCSOL (Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários de São Bernardo), em parceria com a Universidade Metodista de São Paulo; a Casa da Economia Solidária em Diadema (Incubadora Pública); o Centro Público de Economia Solidária de Mauá (que passou por uma reestruturação e reabriu em 2019).

Por fim, uma política de extrema importância pois abrange todos os municípios e trata-se de uma política articulada e regional é a criação do GT (Grupo de Trabalho) de Trabalho e Renda e Economia Solidária, do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, assim como o grupo temático de Economia Solidária. O GT surgiu em 2008 para "debater temas como desenvolvimento da economia solidária regional, qualificação profissional, trabalho decente, empreendedorismo e implantação de um Observatório Regional do Trabalho e Emprego". Posteriormente em 2012 o GT foi consolidado e apresentou seus eixos temáticos que seriam "sistema público de emprego, economia solidária e qualificação profissional". Na sequência, vieram as contribuições das Ipeps (Incubadoras Públicas de Economia Popular e Solidária), mecanismos que estimulam a criação e o desenvolvimento de empreendimentos solidários.

Recentemente, mais precisamente em 2021, o Consórcio retomou os projetos na região por meio do chamamento público N° 001.2021 ­ Economia Solidária ­ Processo 0.62/2020, com o seguinte objetivo: "Desenvolvimento de trabalhos na área da economia solidária com comunidades e empreendimentos econômicos solidários, que possam cumprir com as diretrizes metodológicas que norteiam o projeto para o mapeamento, estruturação e articulação da rede existente e potencial economia solidária na região do Grande ABC".

Pelos relatórios de acompanhamento é possível observar que foi celebrado um termo de colaboração entre a UNISOL Brasil e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC em resposta ao chamamento público. Pelos documentos específicos é possível observar que as seguintes atividades já foram executadas: a) plano de trabalho para identificar e diagnosticar os empreendimentos econômicos solidários na região do Grande ABC; b)Identificar a possibilidade de criação de novos empreendimentos econômicos solidários; c) organizar a produção e a comercialização dos empreendimentos econômicos solidários.

No último relatório de acompanhamento, datado de abril de 2022, consta que foram iniciados os treinamentos dos denominados agentes mobilizadores e agentes técnicos, sendo que foi relatada também a dificuldade de contatar os empreendimentos listados. Até o presente momento o projeto continua realizando os contatos com os empreendimentos indicados para dar início ao processo formativo.

A economia solidária para alguns é uma utopia diante das organizações do sistema capitalista. Entretanto para a referência do movimento Paul Singer, trata-se de uma estratégia de desenvolvimento que merece a atenção da gestão pública.
 




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