Economia Titulo Matriz energética
Santo André é a 3ª maior no consumo de gás natural em SP

Indústrias influem, mas Comgás investe R$ 30
milhões por ano na ampliação da rede na cidade

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
23/11/2014 | 07:23
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Marina Brandão/DGABC


Santo André se destaca ao ocupar a terceira colocação entre todos os municípios paulistas em consumo de gás natural em 2013. É o que aponta o estudo da Secretaria de Energia do Estado intitulado Anuário Estatístico de Energéticos.

De acordo com o levantamento do ano passado, a cidade da região, com volume anual de 306 milhões de m³, só perde para a Capital (1,47 bilhão de m³) e para Cubatão (323 milhões de m³).

O volume desse insumo em Santo André, que representa quase metade (49%) do que é consumido por todo o Grande ABC, se deve em grande parte a indústrias, como as do Polo Petroquímico. De forma geral, o setor industrial é responsável por cerca de 85% do volume distribuído pela Comgás, e no caso da cidade, esse percentual chega a 95%.

Além disso, a concessionária vem investindo intensamente em ampliação da rede andreense – são hoje 283 km de tubulações instaladas –, que hoje abrange apenas 24% do potencial, calculado em 800 km, segundo estimativa da empresa. Em 2014 e no ano passado, a companhia aportou R$ 30 milhões anuais para atender mais clientes na cidade.

Silvio Del Boni, gerente regional da Comgás, assinala que isso ocorre, depois de fortes investimentos em São Bernardo, entre 2011 e 2012. Nesse caso, a cidade já conta com 75% de cobertura e hoje representa 55% do total de clientes da companhia na região. Isso embora quase metade do volume consumido no Grande ABC seja de Santo André. Del Boni cita ainda que, nesse último município, há 177 empreendimentos comerciais (incluindo três shoppings centers) que utilizam essa matriz.

O executivo cita que, o foco na cidade se deve à densidade de clientes em área metropolitana, que faz com haja boa relação de custo-benefício (ou seja, viabilidade financeira) para a companhia distribuidora de gás natural.

Essa opção energética, segundo análise do Ministério de Minas e Energia, traz inúmeras vantagens, por exemplo, para o comércio e o setor industrial, em relação a outros insumos, como menor emissão de CO2 por unidade de energia gerada (cerca de 20% a 30% menos do que o óleo e 40% a 50% menos do que o carvão). Além disso, não requer estocagem – como os botijões de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), diminuindo riscos de explosão e também contribui para diminuir a poluição dos veículos já que reduz a emissão de óxido de enxofre, de fuligem e de materiais particulados, presentes no óleo diesel.

Del Boni observa que, mesmo com a posição de destaque em consumo de gás natural, Santo André não está entre os cinco primeiros em emissão de CO2. A cidade fica na oitava colocação no Estado, com 1,2 milhão de toneladas/ano de emissões, atrás de São Bernardo, que ocupa o sétimo lugar (1,23 milhão de toneladas/ano). São Paulo (15 milhões) e Guarulhos (6 milhões) lideram o ranking, nesse quesito.

OUTRAS CIDADES - O gerente da Comgás afirma que a empresa já tem boa presença em São Bernardo e São Caetano, e, depois de Santo André, o próximo passo na região será investir na ampliação em Mauá, onde o gás encanado da empresa para uso residencial ainda não chegou. 




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