Pacote de austeridade adotado pela administração do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), envolve corte de celulares corporativos de integrantes do primeiro e segundo escalões do Paço. A equipe técnica do governo petista aplicou série de medidas para diminuir os gastos públicos, ‘supostamente supérfluos’, na tentativa de abater o deficit financeiro, ainda não superado desde a gestão Aidan Ravin (PSB, 2009-2012). O buraco nas contas deve ultrapassar a margem de R$ 90 milhões neste ano.

O secretário de Planejamento e Orçamento Participativo, Alberto Alves de Souza (PT), reconheceu que o Paço efetivou conjunto de ações “visando redução do custeio da máquina”. “Sendo os celulares apenas uma delas. Mas nem todos foram suprimidos para não comprometer os serviços. Não tiramos de áreas imprescindíveis”, disse o petista. Ao todo, são aproximadamente 300 aparelhos disponíveis para uso dos servidores. “Esse corte em específico (dos telefones) não faz efeito isoladamente. Deve gerar economia de R$ 500 mil (no ano). Por isso, é pacote.”

Na linha de aperto nos cintos, o Paço abateu também a possibilidade de horas extras dos funcionários e limitou número de xerox por departamento e coffee-break de conselhos municipais, além de contratos. “É obrigação qualificar o gasto, o que implica em evitar desperdício, negociando melhores valores com fornecedores”, analisou Alberto, que compareceu na última semana em audiência da Câmara para detalhar o Orçamento do ano que vem. “Ideia é enxugar despesas para caber na receita.”

Santo André sofre de queda na arrecadação. Registrada na peça vigente, a expectativa era angariar R$ 1,3 bilhão. Por outro lado, o governo indicou que a diferença deve ser de R$ 100 milhões. Entre as sete cidades do Grande ABC, o município ocupa a quarta colocação no ranking de índice per capita, atrás de São Bernardo, São Caetano e Diadema. Na lista das prefeituras que mais recolhem receita no País, a cidade fica na 19ª posição. “A desaceleração da economia é fato. Estamos buscando equilíbrio”, citou.

MARCA DA GESTÃO
Nas próximas semanas, a cúpula do Paço vai se reunir para discutir internamente emplacar marca do governo, próximo de completar dois anos de mandato. O encontro servirá para elencar prioridades do último biênio. “Atualmente, um munícipe pode mencionar o Bilhete Único como símbolo, outro a reforma do Parque Celso Daniel ou investimento em Mobilidade Urbana. A demanda é permanente e maior do que se tem de receita. Proposta é dar norte especial aos recursos.”