Economia Titulo Faturamento
Pequenas empresas têm alta nas vendas

Resultado favorável em setembro, no entanto, ocorreu pela fraca base de comparação

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
18/11/2014 | 07:06
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As micro e pequenas empresas da região tiveram expressiva melhora nos resultados em setembro em relação a agosto, aponta pesquisa do Sebrae-SP feita em parceria com a Fundação Seade e divulgada ontem. Houve crescimento de 19,8% no faturamento nos empreendimentos do Grande ABC, por essa comparação. Foi mais que o observado na média estadual, onde a expansão foi de 8%.

Em relação ao mesmo mês de 2013, os números do levantamento também mostram alta nas vendas. Na região, as receitas dos pequenos empreendedores foi 19,2% maior, enquanto em todo o Estado houve incremento de 6,9%. Nos sete municípios, a média real (descontada a inflação) de faturamento por estabelecimento passou a aproximadamente R$ 36,4 mil.

A melhora, no entanto, ocorreu, sobretudo, pela fraca base de comparação, assinala a consultora do Sebrae-SP Letícia Aguiar. Ela cita que setembro de 2013 (quando a média real de vendas por empreendimento no Grande ABC ficou em R$ 30,5 mil) teve um dia útil a menos e já tinha sido um período fraco para a atividade econômica.

Letícia destaca que não se pode falar em início de recuperação. As empresas dos sete municípios, que têm forte dependência da cadeia automotiva (montadoras, autopeças e outras companhias fornecedoras ou revendedoras de produtos e serviços), sofrem com o cenário de demanda retraída nas compras de veículos, por causa dos receios dos consumidores em fazer novas dívidas em meio às incertezas em relação ao emprego, já que as indústrias seguem com abertura de PDVs (Programas de Demissões Voluntárias) e adoção de lay-offs (suspensão temporária de contratos de trabalho).

Porém, há sinais de que as micro e pequenas estão com tendência gradual de estabilização. No primeiro semestre, a queda nas vendas era, em média, de 10,2% em relação ao seis meses iniciais de 2013. Depois, de janeiro a julho, o ritmo caiu para variação negativa de 7,8%, e nos primeiros oito meses, a retração ficou em 7,2%. No novo levantamento, a queda no ano até setembro passou a ser de 4,5% frente aos resultados dos mesmos nove meses do ano passado.

As perspectivas do Sebrae-SP para o fim do ano, entretanto, não são muito otimistas. Espera-se alguma melhora nas receitas no último trimestre do ano, com o pagamento do 13º salário e as vendas para o Natal, mas a entidade não projeta resultados muito significativos, em virtude da incerteza da economia, inflação em patamar elevado, piora na confiança de empresários e consumidores e deterioração das condições de crédito.  




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