Economia Titulo Carreira
Profissionais pedem demissão por desestímulo e estagnação

À frente do salário, os dois fatores respondem por 32% das decisões de sair da empresa

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
27/10/2014 | 07:11
Compartilhar notícia


Ao contrário do que muita gente pensa, não é a insatisfação com o salário o principal motivo que leva profissionais a pedirem demissão para buscar novas oportunidades de carreira. Levantamento da Page Personnel, uma das maiores empresas globais de recrutamento especializado em profissionais técnicos e de suporte à gestão, aponta que um em cada três empregados que decidem se desligar da companhia em que atuam faz isso por estagnação ou desestímulo.

De acordo com o estudo da consultoria, 18% dos entrevistados afirmam que tomam essa decisão por sentirem-se estagnados e, 14%, desestimulados profissionalmente. Juntos, esses dois fatores respondem por 32% das justificativas. A queixa em relação à remuneração motiva apenas 9% dos empregados a pedir para sair da empresa.

Há, ainda, outras questões que influem, entre as quais: 22% informaram que fazem o pedido quando encontram outra oportunidade; 6% tomam a atitude quando sentem que o trabalho prejudica sua saúde; 5% porque querem se tornar empreendedores.

Para a gerente da Page Personnel Daniella Guimarães, junto com o desestímulo está a sensação de falta de reconhecimento em relação ao seu desempenho. Um dos problemas, segundo ela, é que nem sempre o colaborador expõe esse sentimento ao gestor da empresa. “Há uma máxima de que o colaborador pede demissão do gestor e não da empresa, porque sente falta de estrutura da gestão da carreira”, cita.

Daniella avalia que o líder da equipe precisa buscar o diálogo, que pode ajudar a eliminar mal-entendidos e a indicar a importância que o subordinado tem para a organização. Ricardo Haag, gerente executivo da Page Personnel, cita também que o gestor precisa buscar desafios para sua equipe, para mantê-la motivada. O levantamento da consultoria aponta ainda que profissionais nas faixas etárias entre 26 e 35 anos são os mais preocupados em equilibrar a vida profissional com a qualidade de vida, enquanto outros mais velhos têm preocupação menor em relação a essa questão.
“A geração Y (como são conhecidas as pessoas que nasceram na década de 1980 e que surgiram junto com o advento da internet e que, por isso, tiveram muito mais contato com tecnologia do que os mais velhos) é ansiosa por natureza e é muito sensível à sensação de estagnação”, afirma Daniella.

Outro dado do estudo é que são os que têm um pouco menos tempo de trabalho os mais incomodados com seu nível salarial; os que têm entre seis a dez anos de empresa representam 32% dos irritados com a remuneração; enquanto os que têm entre 16 e 20 anos de experiência são apenas 10%; e com 21 a 25 anos, só 3%. A gerente cita que nos anos iniciais da carreira o profissional está em fase de aprendizado do trabalho e, com o tempo, a partir de projetos que executa, terá condições de mensurar seus resultados para ter o reconhecimento. Se ele permanecer estagnado, é importante buscar o diálogo com seu gestor para verificar se há reais oportunidades de ascensão.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;