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Cada um no seu quadrado

Quem procura um amor pela web conta com sites
segmentados a fim de aumentar chances de sucesso

Marília Montich
Do Diário do Grande ABC
24/10/2014 | 12:51
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Divulgação


Dentre tanta possibilidades de uso, a internet tem se mostrado uma ferramenta eficaz na busca pela tão sonhada “tampa da panela”. Numa sociedade cada vez mais conectada, não é de se estranhar que muitos casais se conheçam na rede e mais tarde transfiram a relação para o mundo real. Seja ao vivo e a cores ou atrás de um computador, há que se levar em conta que cada indivíduo tem interesses e gostos específicos. O fato, claro, não demorou a ser percebido – e explorado – pelas empresas que se propõe a fazer papel de cupidos digitais.

Exemplo disso é o grupo Match Latam, detentor dos sites ParPerfeito, Divino Amor e G Encontros. Enquanto o primeiro é voltado a um público genérico, o segundo se propõe a facilitar namoros entre evangélicos e o terceiro, entre integrantes da comunidade LGBT. O cadastro é gratuito em qualquer um dos três sites. No entanto, para ter acesso às ferramentas exclusivas, o usuário precisa assinar alguns dos planos de assinatura.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos mais de 200 milhões de brasileiros, quase metade é composta por solteiros. Além disso, a taxa de uso de internet e redes sociais no País é uma das mais altas do mundo, sendo o Brasil o que mais usa e compartilha materiais nas redes sociais, de acordo com a empresa de pesquisa comScore. O cenário promissor atraiu a atenção do Match Latam, que não demorou a notar as vantagens que a segmentação do serviço poderia render.

“Começamos nossa experiência no mercado de relacionamento online no Brasil com o ParPerfeito, que não é um site de nicho, mas já chegou à marca de 30 milhões de usuários. No entanto, aos poucos fomos percebendo que há pessoas que querem se relacionar com alguém com uma visão semelhante. Foi, então, que sentimos a necessidade de criar sites destinados a algumas comunidades próprias, sejam elas focadas em religião ou em orientação sexual”, explica o diretor de produtos do ParPerfeito, Gaël Deheneffe.

O diretor afirma que essa nova visão de negócio só surgiu após análise do comportamento dos usuários. “Percebemos uma grande interação entre pessoas da mesma comunidade, em particular da comunidade evangélica. Foi isso que nos fez tomar a decisão de criar uma nova marca e um produto adaptado para este público, com atendimento diferenciado e regras de moderação adaptadas à cultura da comunidade.”

Para Deheneffe, a maior vantagem da segmentação é aumentar as chances de encontros de sucesso, já que a base de usurários é mais restrita, além de criar vínculo maior com o usuário.

Nos Estados Unidos, há ainda mais nichos. Há sites exclusivos para o público acima de 50 anos e afro-americano, por exemplo. No Brasil não há a intenção de estabelecer mais segmentações por enquanto. Por aqui, o ParPerfeito ainda é o serviço que conta com mais usuários. Atualmente, são recebidos por mês uma média de 450 mil novos cadastros, por uma base total de usuários de 30 milhões. Os usuários do site também saem na frente quando o assunto é atividade na rede. Eles ainda enviam em torno de 80% a mais de mensagens do que os usuários do Divino Amor e do G Encontros.

Independente do grupo em que se encaixa, o motivo que leva o internauta a se inscrever em um site de relacionamentos costuma ser similar. “Por mais incrível que possa parecer, são momentos muito parecidos com a compra pela internet: comodidade, rapidez, opção de escolha, curiosidade, conhecimento prévio desde uma simples conversa a mais picante troca de imagens e sons. Há buscas sinceras de parcerias como também ''''escapadas'''' aventureiras”, diz o coordenador do curso de Psicologia na Universidade Anhanguera de São Paulo, Fernando Brasil da Silva.

Silva ressalta, contudo, que um relacionamentos que começa na internet não está mais ou menos propenso a dar certo. “Os pontos positivos ou negativos não acontecem porque uma relação começou via site, mas sim em função dos propósitos sinceros ou insinceros de quem se envolve. E há também a questão das afinidades que podem se fortalecer ou arrefecer. Escutei sobre situações felizes assim como verdadeiros desastres. Tudo exatamente igual aos relacionamentos que se iniciaram de forma presencial”, destaca. “A questão do site entra somente como um facilitador das coisas, porque a gerência em si continua sob a responsabilidade daqueles que as buscam”, completa.
 




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