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‘Legitimidade para presidir a Assembleia’, diz Capez
Júnior Carvalho
Especial para o Diário
23/10/2014 | 07:33
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André Henriques/DGABC


Deputado estadual mais votado de São Paulo, Fernando Capez (PSDB) acredita que seu expressivo desempenho nas urnas – obteve 306.268 votos – o credencia para disputar a presidência da Assembleia Legislativa. “É pleito que tenho toda a legitimidade. Penso que outros colegas deputados também tenham. É questão de nós conversamos. Da mesma maneira que eu tenho (condição de presidir a Casa) ouros também têm. Conversaremos entre nós para verificar qual projeto melhor atende à necessidade do Poder Legislativo e da sociedade”, discorreu o tucano, em entrevista exclusiva ao Diário, após visita à coronel Cláudia Rigon, comandante da Polícia Militar na região.

Visto como possível nome do PSDB na disputa pela prefeitura da Capital, em 2016, Capez evitou falar sobre o pleito municipal. “É muito cedo”, alegou. Porém, não negou que poderá pleitear a candidatura internamente. “Temos o Bruno Covas, que é nome muito forte. Temos ainda Andrea Matarazzo, temos Ricardo Tripoli e José Aníbal. Além disso, temos o (senador eleito José) Serra, que está com recall de eleição consagradora ao Senado. Você tem pelo menos cinco nomes disputando.”

O que significa para o sr. ser o mais votado do Estado?
Eu já vinha numa votação crescente. Na minha primeira eleição, eu tive 100 mil votos, na segunda, 214 mil, e agora tive essa votação consagradora. Eu acho que é gratificante. A votação foi reflexo do nosso trabalho. Fiz um mandato com bastante dedicação, de muito trabalho. Tive 156 mil votos no Interior. Essa votação diversificada indica que nós trabalhamos muito regionalmente, atendendo os prefeitos e os vereadores. Além disso, tive 150 mil votos só na Capital. É grande votação.

Politicamente, o que isso representa para o seu futuro?
É inegável que isso chama a atenção para o trabalho do deputado. Só que ninguém faz política sozinho. A minha preocupação é conversar com os meus colegas deputados, principalmente do meu partido. Os deputados estaduais precisam conversar para unirmos forças em busca de Poder Legislativo mais atuante. Evidente que o Legislativo não é composto por um deputado só, mesmo que ele seja bem votado. O Legislativo é feito por conjunto.

O fato de ter sido o mais votado te credencia ser candidato a presidente da Assembleia na próxima legislatura?
A presidência da Assembleia é pleito ao qual tenho toda a legitimidade. Penso que outros colegas deputados também têm. É questão de conversarmos. Da mesma maneira que eu tenho (condição de presidir a Casa) outros também têm. Conversaremos entre nós para verificar qual projeto melhor atende à necessidade do Poder Legislativo e da sociedade. Tenho projeto de fortalecimento, quero 94 deputados fortes.

Pode-se dizer que seu nome fica em destaque para disputar a prefeitura de São Paulo pelo PSDB em 2016?
Acho cedo para essa discussão. Em primeiro lugar, temos de vencer o segundo turno da eleição presidencial. Essa tem de ser a primeira preocupação. A vitória do candidato Aécio Neves (PSDB). Penso que essa vitória ocorrerá.

Nesta eleição, os três mais votados do Estado são do PSDB. Essa atitude do eleitor paulistano não sinaliza que ele quer ver nome novo do partido para disputar a sucessão do prefeito Fernando Haddad (PT) em 2016?
Acredito que sim. Porém, na disputa para a prefeitura de São Paulo, temos o (deputado federal eleito) Bruno Covas, que é nome muito forte. Temos ainda (o vereador) Andrea Matarazzo, (os deputados) Ricardo Tripoli e José Aníbal. Além disso, temos o (senador eleito, José) Serra, que está com recall de uma eleição consagradora para o Senado. Você tem pelo menos cinco nomes disputando. Neste momento é muito cedo para nós traçarmos qualquer tipo de discussão nesse sentido porque são cinco possíveis nomes muito preparados.

Podem ser seis candidatos com o sr...
Poderia ser. Poderia ser o sexto sim, como poderíamos ter outros também. Evidentemente que nós tivemos votação muito forte na Capital e votação surpreendente em Guarulhos, onde tive 15 mil votos. São questões para serem discutidas com calma, ao longo do tempo. Agora é muito cedo.

Os dois últimos presidentes da Assembleia têm perfil muito técnico. Isso o credencia mais para assumir a cadeira?
Nós tivemos bons presidentes. Eu estou há dois mandatos na Casa e me elegi para o terceiro. Nesse tempo, tivemos bons presidentes. O Vaz de Lima, o Barros Munhoz e o Samuel Moreira (todos do PSDB). Nós temos nesta nova legislatura excelentes deputados, capacitados. Acho que qualquer um deles pode abraçar projeto de fortalecimento do Legislativo.

O sr. acha que há tom agressivo adotado pelas campanhas presidenciáveis neste segundo turno?
Passaram do ponto. Há agressividade nociva, com ataques pessoais. Os dois candidatos não podem sair de campanha completamente difamados em sua honra. Há baixo nível de campanha. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) precisa regular a atuação de marqueteiros. Eles consomem fortuna, recebem fábula para criar imagens que não condizem com a realidade. O marketing político é grande inimigo do eleitor consciente. Os marqueteiros prestam desserviço à política brasileira. O TSE, ao meu ver, deveria proibir qualquer tipo de ação cinematográfica ou que leve à fuga da realidade.

O sr. teve forte atuação no combate ao crime nas torcidas organizadas. Como viu mais uma morte envolvendo torcedor no clássico entre Palmeiras e Santos no domingo?
Não pode haver qualquer hipótese de clássico no Estado de São Paulo, seja entre times paulistas ou não, que não haja escolta das torcidas. Tem de haver. A policia judiciária, Civil, de investigação, tem de ter departamento com pelo menos uns quatro delegados, uns dez escrivães, alguns investigadores de elite trabalhando em sintonia com o Ministério Público e pelo menos um promotor atuando em sistema de força-tarefa, para monitorar as redes sociais das torcidas organizadas. Só tendo estrutura como essa você vai ser antecipar em termo de serviço de inteligência.

O clássico com uma só torcida seria viável?
Seria medida paliativa. Hoje é a melhor solução. Se nós não temos como evitar esses episódios, então vamos fazer da pior maneira possível, mas que seja suficiente. O ideal é permitir só a torcida do time mandante.




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