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Chuva alaga a região central de São Bernardo

Carros chegaram a ficar submersos no entorno do
Paço; São Caetano também foi atingida pela água

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
01/03/2015 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


A forte chuva que atingiu o Grande ABC na tarde de ontem voltou a causar transtornos. Desta vez, os principais problemas foram concentrados na região central de São Bernardo e nas divisas do município com a Capital e São Caetano. Diversos veículos chegaram a ficar submersos, mas não houve registro de vítimas até o fechamento desta edição, segundo o Corpo de Bombeiros.

Foram pelo menos duas horas de chuva intensa. Em São Bernardo, de acordo com o blog da Defesa Civil municipal, a precipitação registrada até o fim da tarde foi de 39,3 milímetros. Alguns postos meteorológicos do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) na região chegaram a ficar em estado de alerta.

No Centro de São Bernardo, o Paço Municipal, a Avenida Brigadeiro Faria Lima e as ruas Jurubatuba e Marechal Deodoro ficaram cobertas pela água. Comerciantes e motoristas tiveram prejuízos em razão do alagamento. Foi o caso da nutricionista Jordania Silva de Oliveira, 28 anos, que estacionou o carro na Rua Rodrigues Alves por volta das 15h. Depois de 40 minutos de chuva, o carro dela, um Gol, já estava submerso. “Não há nesse local nenhum aviso de que a área é sujeita a enchente. Pagamos impostos e é isso que recebemos de retorno. A Prefeitura deveria arcar com todos os danos”, critica.

Desde 2012, o Executivo municipal executa obras do Projeto Drenar, cujo objetivo é evitar alagamentos na região central. Uma das intervenções previstas é a construção de piscinão sob o Paço Municipal. Avaliado em R$ 295,8 milhões, o empreendimento começou a ser feito em 2013. Em janeiro, após problemas no repasse de verbas, a construtora OAS, responsável pelo serviço, demitiu cerca de 200 operários e o serviço passou a ser feito em ritmo lento.

TRANSBORDAMENTOS

A chuva também provocou inundação em dois dos principais córregos que cortam a cidade. Por volta de 16h30, a concessionária Ecovias fechou a pista central da Anchieta, no sentido Litoral, entre o km 10, na divisa com São Paulo, e o km 14, em São Bernardo, devido ao alagamento do Ribeirão dos Couros. A via foi liberada somente por volta das 19h. O clima provocou problemas de visibilidade em todo o SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), mas sem necessidade de interdição em outros trechos.

O Ribeirão dos Meninos, que demarca a divisa de São Bernardo com Santo André e São Caetano, também inundou, provocando pontos de alagamento intransitáveis nas avenidas Lauro Gomes e Guido Aliberti. Veículos chegaram a ser parcialmente cobertos pela água. Moradores do bairro Nova Gerty foram afetados, principalmente no cruzamento entre as ruas Lions Clube e Tietê.

Santo André também foi castigada pela tempestade, mas não houve registro de problemas. Nas redes sociais, internautas postaram informações sobre alagamentos nas avenidas dos Estados e Industrial. Entretanto, as vias ainda apresentavam condições de tráfego.

Por conta das enchentes, o trânsito ficou ruim na região em pleno sábado, principalmente nas vias de acesso a São Bernardo. Diversos semáforos ficaram apagados ou em bandeirada em razão de problemas no fornecimento de energia elétrica.

Cantareira tem outra alta e chega a 11,4%; Rio Grande cai

Após ficar estável na sexta-feira, o nível do Sistema Cantareira voltou a subir ontem, segundo dados divulgados pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O conjunto de reservatórios, que abastece cerca de 6 milhões de pessoas na Região Metropolitana – incluindo os moradores de São Caetano –, chegou ontem a 11,4% do total, 0,3% a mais do que o índice do dia anterior. Desde o início de fevereiro, o volume disponível no manancial teve aumento de 6,4%.

O Sistema Rio Grande, braço da Represa Billings que abastece a população de São Bernardo, Diadema e parte de Santo André, teve queda de 0,3%, chegando a 82,8%. O Alto Tietê, que também atende parte de Santo André e Mauá, ficou estável ontem, com 18,3% do total. O Rio Claro atingiu 35,9% e o Guarapiranga, 60,3%.

Se considerados os sete sistemas que abastecem a Grande São Paulo, o volume armazenado é de 424,7 milhões de metros cúbicos de água, o equivalente a 22,7% do total. 




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